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quarta-feira, 29 de junho de 2016

O balanço dos dias ou quando sabes que estás sempre a tempo de mudar



Uma grande parte de nós tem o hábito de reflectir de uma forma mais cuidada sobre a vida e sobre metas e propósitos, quando o fim de Dezembro se aproxima ou quando Janeiro dá o ar da sua graça. Outros, como é o meu caso, também aproveitam Setembro para fazer um balanço do que correu menos bem, do que deve ser repensado e do que é para ser mantido e reforçado em relação ao ano que está a decorrer. O regresso às rotinas, o fim das férias “grandes”( que, cá para nós, são cada vez mais pequenas), o adeus aos dias longos, quentes e com sabor a felicidade instantânea, fazem com que este seja o momento propício para sermos os nossos próprios coaches.

Hoje resolvi vir deixar-vos um desafio. Porque não fazer o balanço do meio ano que já passou? Talvez estejamos a sentir que 6 meses já lá foram e ainda não se passou nada de especial, que nem um item sequer riscámos da lista de coisas a fazer em 2016. Pois é, a vida passa num flash e num abrir e fechar de olhos passámos de Janeiro a Maio, a Primavera já voou e o Verão já chegou – de início teimoso e cheio de manias, mas agora veio para reinar.

Da lista que escrevemos, dos objectivos que traçámos, seja por escrito ou mentalmente – embora aconselhe vivamente a que o façam por escrito – algo que tanto queriam conseguir, acabou ou não por ser cumprido? Ou apenas vivemos o dia a dia, como se amanhã fosse sempre perto demais, em que podemos deixar sempre tudo em standby, porque ainda falta muito para o fim do mundo ou para o ano que vem? Queixamo-nos vezes sem conta que os dias voam e que não temos tempo para nada, mas simultaneamente vivemos como se tivéssemos sempre tempo para tudo, e este trabalho de reflexão, que é imperativo que seja visto como uma necessidade básica, vai sendo adiado e adiado e adiado, utilizando muitas vezes o pouco tempo que tempos, para nos aborrecermos com questões que só lembram ao diabo.

2016 já vai a meio e a vida não se repete. Logo fazemos, dizemos nós. Deixamos sempre para depois tudo o que tem a ver com pensarmos sobre nós próprios, encetarmos mudanças nesse sentido e formularmos pequenos passos – baby steps – que nos ajudarão a chegar mais longe. Deixamos constantemente para depois. Até que nos apercebemos que perdemos tantas coisas, tantos momentos mágicos, tantas oportunidades únicas, porque o depois nunca chegou. 

E tudo porque preferimos não arriscar. Mesmo quando a maior desculpa, que não deixa de ser plausível, é a falta de tempo. Todos nós sabemos, aqui que ninguém nos “ouve”, que o que mais nos falta não é o tempo, mas sim a coragem de arriscar, de fazer diferente, de mudar. Arrisco amanhã, faço diferente para a semana, mudo quando tiver de ser. E se possível, ainda dizemos isto com a boca cheia de certezas, para enganar o medo de não conseguirmos ser felizes. 

Mas nunca deixes de assumir, por mais que doa, que a escolha é tua e só tua. Podes não poder mudar o que te acontece na vida, mas podes sempre alterar a forma como vês o que te acontece e a forma como queres reagir aos infortúnios. Isto é libertador, não é? Mas ao mesmo tempo traz uma responsabilidade enorme. Se és livre para determinar o teu futuro, passas a ser ainda mais responsável por ele. Uau!!! 

Fazer coisas é um compromisso que todos tempos connosco próprios. Ser feliz é acima de tudo uma decisão. Uma decisão e um estado de espírito. Lembra-te sempre, por mais que S. Pedro esteja a ficar com sinais de demência, que o Inverno, a chuva e o frio só acontecem lá fora. Dentro de ti estará sempre o tempo que tu quiseres.



No fim do ano serás o que viveste. Serás até o que não viveste. Serás o que sonhaste, o que ambicionaste, o que desejaste, mas, essencialmente, serás o que trabalhaste e o que te esforçaste para ser. 

E lembra-te também, mesmo que o balanço dos dias não esteja a ser o mais positivo, podes sempre tentar outra vez. Olha para a lista com olhos de ver, cria pequenos passos,mas exequíveis, e que possam ir sendo avaliados e reavaliados semanalmente. Ainda te faltam 6 meses. Agora depende de ti quereres ver o copo meio vazio e decidires não o voltar a encher ou, pelo contrário, fazer limonadas com os limões que a vida te teu, ou laranjadas ou morangoskas ou até bolo de chocolate – light, sempre light. 



O que queres mesmo fazer antes de 2016 terminar? Vamos a isso? Vá lá. Não tenhas medo de arriscar.


quinta-feira, 23 de junho de 2016

Das fraquezas se fazem forças






Porque depois do texto que escrevi no facebook recebi imensas mensagens, de força, de partilha de histórias dolorosas, de amizade, resolvi que estava na hora de voltar ao blog. A vontade renasceu e foi quando eu percebi que, de facto, tinha conseguido fazer das fraquezas forças e que o ano mais difícil de toda a minha vida estava a chegar ao fim.

Tenho de agradecer principalmente à B. A sua mensagem foi um sinal - eu sei que muitos não acreditam nestas coisas e respeito, mas eu acredito.  Pequenos nadas, inner voices a que nos podem simplesmente passar ao lado, porque suspiradas, porque nos mostram coisas que não queremos ver, porque nos trazem avisos que preferimos ignorar. E foi assim que soube que tinha de voltar ao "activo", simplesmente porque me apetece e porque há quem espere, há muito tempo, para me ler. 

Não tinha honestamente percebido que a minha história poderia ajudar tantas mulheres, que ao identificarem-se, só por isso, perceberam que não estavam sozinhas. Uma separação, um divórcio, a dor da perda não conhece idades, credos ou estratos sociais.

E nestes contactos consegui perceber, que a dor maior é quando há filhos. Que nesse caso a sensação de recomeçar é muito mais difícil. O medo de perder os filhos é indescritível...principalmente o medo de perder os filhos para outra mulher, para "outra mãe", que não o sendo, também passa a ser..

Continuo cá deste lado para todas que me quiserem contactar. não é fácil. É um luto que tem de ser feito e cada pessoa tem o seu tempo. Respeitar o tempo de cada um é mais do que necessário. É essencial.





Muitas vezes me têm dito "está sempre tão feliz!". Isto baseado no que vou postando no facebook.

Não, nem sempre estou feliz. Aliás, muitas vezes não estou feliz. Este foi o ano horribilis onde tudo correu mal. De 2015 para cá separei-me, divorciei-me, os meus filhos sofreram muito com isso; estive meses sem sair de casa, sem querer estar com ninguém. Deixei de ir ao ginásio, deixei de ter vida. Deixei de ter vida para além deles. Deixei até de ser a mãe que precisava que eles fossem. O meu avô faleceu, o único que me restava. O meu cão tem uma doença, aparentemente degenerativa e muito grave. Há uns dias soube que tenho de repetir sem falta uma mamografia daqui a 6 meses e tenho o colesterol a 295. Vi os meus filhos a terem uma nova vida, a viverem uma nova vida desde que, depois de muitas divergências, acordámos a guarda alternada. Sofri horrores quando conhecerem a namorada do pai. Os ciúmes que senti dela foram indiscritíveis. Não por ele, mas por eles. Foi das coisas mais difíceis de lidar. Lembro-me da primeira vez que o Vicente me chamou, por engano,o nome dela, em vez de mãe. Custou, não vou mentir. 

Ainda choro. Choro muito. Quase todos os dias. Mas senti que a minha missão este ano era trazer alegria, bom humor, disparates...à vossa vida e à minha.
Se estou a conseguir, passo a passo, só tenho a agradecer por isso.
Um divórcio nunca é fácil. Os estilos parentais diferentes, discordâncias, medos, muitas dúvidas.
Optei por usar o humor como uma arma. 
Um ano e um mês depois ainda não sei qual é o balanço. Ainda estou para descobrir.
Não, não estou sempre feliz e não foi levianamente que optei essencialmente por não contar aqui a minha vida. Talvez a devesse partilhar mais. Talvez ajudasse outros na mesma situação. Desculpem se tenho sido egoísta, mas o que eu mais precisei para fazer tantos lutos foi ajudar-me primeiro a mim.
Um beijo a todos que passam por lutos. Mortes, separações, perdas de emprego...Whatever.
Estou convosco, como sei que têm estado comigo.
Abraço apertado, directamente do 
❤️
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